segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Rebaixamento mostra que futuro econômico é incerto, mas não garante voto pela Previdência, diz Marun

Reuters



BRASÍLIA (Reuters) - O rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de risco Standard & Poor's mostra que o futuro da economia do país ainda é incerto, mas não necessariamente vai mudar a tendência de votos de parlamentares sobre a reforma da Previdência, disse nesta segunda-feira o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun.

"Não vejo relação imediata entre rebaixamento e voto. É mais um fator que corrobora o que a gente já vem dizendo e praticamente todos os economistas afirmam, que precisamos reformar a Previdência", disse a jornalistas, acrescentando acreditar que os parlamentares já estão conscientes dessa necessidade.

Na semana passada, o governo chegou a dizer que o “susto” com o rebaixamento poderia ajudar na votação da reforma, marcada para 19 de fevereiro. Líderes ouvidos pela Reuters disseram que iriam tentar votar rapidamente a proposta na Câmara para tentar evitar novos rebaixamentos, pelas demais agências de risco.

Marun garantiu que o número de parlamentares favoráveis estaria melhorando --na última contagem, informada à Reuters, ele admitia que faltavam 50 votos para a margem de segurança para aprovação-- mas não quis dar novos números agora. Uma nova contagem, afirmou, só será feita no final deste mês.

"Eu entendo que os votos estão vindo sim, o que nós não estamos neste momento é contando. Tenho consciência que a situação hoje é bem mais favorável que em dezembro, quando iniciou o recesso", disse. "Mas eu quero contar isso no final de janeiro. Estamos avaliando, mas não vamos trabalhar revelando os números agora."

Marun admite que o rebaixamento pelo S&P foi um "revés" que o governo não pode subestimar, apesar do que considera bom momento econômico do país.



"Na verdade não há como se negar que isso vem a corroborar o que o governo vem dizendo há um bom tempo. Sem que venhamos a aprovar uma modernização da nossa Previdência o Brasil tem poucas chances de viver um futuro de prosperidade e quase está condenado a um futuro de incerteza", afirmou.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

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