domingo, 14 de janeiro de 2018

Surto de vírus provocou morte de botos na Baía de Sepetiba, RJ, diz laudo



Segundo boletim, é a primeira vez que mobilivírus ocorre na América do Sul. Não há risco de transmissão para humanos e não se sabe quando mortandade de cetáceos vai parar.




Por G1 Rio




Mortandade de botos assusta pesquisadores em Sepetiba (Foto: Instituto Boto Cinza)

Um boletim técnico indicou que um surto de mobilivírus provocou a mortandade de cerca de 170 botos cinza na Baía de Sepetiba desde o fim de novembro. O documento foi preparado por pesquisadores do Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (MAQUA/UERJ) e do Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (LAPCOM/FMVZ/USP).


Segundo o documento, os vírus dessa família não costumam ser transmitidos dos animais para os humanos, ou seja, cada um tem seu grupo próprio de hospedeiros. É a primeira vez que um surto causado por morbilivírus dos cetáceos é detectado na América do Sul.


Ainda de acordo com o boletim, não se sabe quanto tempo o surto pode durar. Tipicamente os surtos duram enquanto houver animais suscetíveis. Os fatores que contribuíram para o início do surto ainda são desconhecidos e estão sendo investigados.


Morbilivírus (Morbillivirus) é o gênero de um vírus da família Paramyxoviridae. Algumas espécies de morbilivírus são muito estudadas por causar doenças conhecidas, como o sarampo (nos humanos), a cinomose (nos cães e focas) e a peste dos pequenos ruminantes (em cabras e ovelhas). Recentemente, o morbilivírus também foi associado à doença renal em gatos. O morbilivírus dos cetáceos afeta botos, golfinhos e baleias. No Brasil, o vírus foi detectado em golfinhos da espécie boto-cinza (Sotalia guianensis).

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