terça-feira, 3 de junho de 2014

Educação é prioridade de "Vaquinhas" online, mas faltam projetos

O chamado crowdfunding, financiamento coletivo, ou melhor, a popular "vaquinha online", tem engajado diversas pessoas na obtenção de recursos para a realização de iniciativas, sejam elas filantrópicas ou comerciais, que atendam interesses em comum. E uma das áreas em que mais pessoas têm depositado esperança com tais iniciativas é a educação. Apesar disso, a área também é uma das conta com o menor número de projetos de acordo com uma pesquisa realizada pelo site Catarse .

A pesquisa, chamada de "Retrato do Financiamento Coletivo do Brasil", apresentou um questionário a 3.336 pessoas de agosto a setembro do ano passado. Das 26 áreas que constavam na pesquisa, incluindo Religião, Negócios, Transporte/Mobilidade e Ciência e Tecnologia, a Educação encabeçou a lista e mostrou que a área é a preferida dos colaboradores. O engajamento das pessoas em projetos que visam o financiamento de estudos é tão grande que já existem plataformas dedicadas exclusivamente a esse tipo financiamento.

Nos Estados Unidos, a DonorsChoose já arrecadou mais de US$ 243 milhões para mais de 458 mil projetos, ajudando mais de 11 milhões de estudantes em 55 mil escolas.

No Brasil, o site Formigueiro, primeira plataforma de crowdfunding do país voltada à Educação, foi fundado por três estudantes universitários: Gabriel Richter, Pedro Thomas e Renann Ferreirinha. Inspirado no DonorsChoose, o site oferece projetos de baixo custo para escolas públicas. Em nove meses, o Formigueiro já juntou R$ 8 mil para seis projetos, beneficiando mais de 250 estudantes.

"A gente lançou o site em agosto, com diversas dúvidas se ia funcionar, mas está dando muito certo. O meu sonho é que cada escola pública brasileira tenha ao menos um projeto financiado pelo 'O Formigueiro'", disse Ferreirinha, de 20 anos, ao Estadão . "Eu fiz uma escola pública de qualidade semelhante às mais caras do Rio. Fui transformado pela educação e quero multiplicar isso".

O valor máximo que cada projeto pode arrecadar é R$ 2 mil e, por mais que possa parecer insuficiente, o recurso é bem aproveitado pelo corpo docente das instituições. O repasse da secretaria para despesas de manutenção (que não inclui o salário dos funcionários) é, em média, de R$ 2.500 por unidade escolar. 

"Há um compromisso na rede de fazer com qualidade e gastando pouco. Em outras palavras, somos pobres, sabemos disso, mas temos um compromisso de ser os melhores", afirma o secretário adjunto de educação de Sobral, no Ceará, David Pitombeira.



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