Roma, 30 ago (EFE).- Salvatore 'Toto' Riina, um dos principais chefes da 'Cosa Nostra', a máfia siciliana, afirmou que Silvio Berlusconi, ex-primeiro-ministro da Itália, pagava à sua organização '250 milhões de euros a cada seis meses', publicou neste sábado o jornal 'La Republica'.
'(Nas décadas de 80 e 90) Berlusconi nos pagava 250 milhões de euros a cada seis meses', revelou o mafioso a um colega na prisão em que cumpre pena atualmente.
É a primeira vez, lembrou o jornal, que Riina se refere ao 'pacto de proteção' pelo qual o histórico colaborador do líder do Forza Itália, o ex-senador Marcelo Dell'Utri, foi condenado a sete anos de prisão.
A Suprema Corte italiana decidiu definitivamente em abril que considerava que Dell'Ultri 'atuou como mediador' entre a 'Cosa Nostra' e Berlusconi, para garantir a segurança do ex-premiê e de sua família, antes de entrar na política no começo dos anos 90.
Não é a primeira vez que uma conversa do capo siciliano é interceptada: em julho Riina foi ouvido enquanto relatava a outro colega de cela como sua organização grampeou o telefone do juiz Paolo Borsellino para assassiná-lo em 1992 na porta da casa de sua mãe em Palermo (no sul da Itália).
Riina foi detido em janeiro de 1993 e levado para a penitenciária de Uccidarone (Palermo) onde cumpre pena pelos assassinatos dos juízes Borsellino e Giovanni Falcone, ambos em 1992, além de por outros cem homicídios.
Dado seu alto grau de periculosidade, ele é submetido a um severo regime de isolamento, conhecido na Itália como '41 bis', que compreende a vigilância 24 horas por dia e impede qualquer contato com o mundo exterior.
Aos 83 anos, o chefe da família dos 'Corleonesi' acumula 13 condenações a prisão perpétua, mas nem mesmo isto impediu que continue a exercer seu poder, pois em janeiro a imprensa italiana publicou fotos que mostravam que continuava ameaçando, de dentro da prisão, o promotor de Palermo, Antonino diz Matteo. EFE
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