sábado, 18 de outubro de 2014

'Estado Islâmico treina pilotos de caças'

DIÁRIO DA MANHÃ
DA BBC NEWS

Pilotos iraquianos que se juntaram à organização extremista que se autodenomina "Estado Islâmico" estão treinando colegas, na Síria, para pilotar três caças que foram capturados pela organização, de acordo com um grupo de ativistas baseado na Grã-Bretanha que monitora o conflito. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), contrário ao governo de Bashar Al-Assad, afirmou que testemunhas teriam visto os caças voando próximo a uma base aérea em Aleppo. Enquanto isso, forças iraquianas lançaram um ataque contra os militantes do "Estado Islâmico" perto de Tikrit, que está na região entre a Síria e o Iraque, invadida pelos militantes neste ano. 

O diretor do OSDH, Rami Abdul Rahman, disse que o "Estado Islâmico" está usando oficiais iraquianos que eram pilotos durante o governo do presidente Saddam Hussein para treinar pilotos de caça na Síria. "As pessoas viram os caças, eles decolaram várias vezes do aeroporto e estão fazendo vôos próximos e retornando", disse ele.

Não se sabe quantos pilotos iraquianos desertaram. Os ativistas dizem que os aviões avistados pareciam ser dos modelos MiG-21 e MiG-23. A correspondente da BBC em Bagdá, Sally Nabil, afirma que o "Estado Islâmico" tem três aviões que teriam sido capturados de bases militares sírias em Aleppo e Raqqa. O porta-voz do Comando Central americano, coronel Patrick Ryder, disse à agência de notícias Reuters que o Pentágono "não estava ciente" de que o "Estado Islâmico" esteja conduzindo operações de voo.

Aleppo se tornou um campo de batalha importante na luta entre rebeldes sírios, que agora incluem o "Estado Islâmico", e forças do governo depois de uma revolta contra Assad iniciada em 2011.

O governo iraquiano diz que seus soldados retomaram o controle do Norte e Oeste de Tikrit, cortando uma rota importante de suprimentos do "Estado Islâmico". Correspondentes afirmaram que esforços anteriores do governo para recuperar territórios daquela região fracassaram.

Enquanto isso, forças curdas, apoiadas por ataques aéreos americanos, continuam a combater militantes na cidade de Kobane, no Norte da Síria.

Aviões de guerra liderados pelos Estados Unidos mantiveram suas posições ontem, aproveitando a vantagem da coordenação com os combatentes curdos na cidade.

O correspondente da BBC na fronteira da Turquia com a Síria, kasra Naji, disse que o dia começou calmo, mas cerca de seis ataques aéreos já aconteceram desde então. Na quinta-feira, o comandante curdo Baharin Kandal disse à BBC que os militantes do "EI" foram expulsos da maior parte de Kobane.

Nosso correspondente diz que os refugiados que monitoravam a cidade do topo de uma montanha próxima também afirmam que apenas dois ou três bairros ainda são palco de batalhas. A batalha de Kobane, também conhecida como Ayn al-Arab, é considerada um grande teste para saber se a campanha americana de ataques aéreos pode frear o grupo extremista.

Ativistas dizem que mais de 600 pessoas foram mortas desde que o grupo começou seu ataque à cidade de maioria curda há um mês. Mais de 160 mil pessoas fugiram temendo o avanço do "Estado Islâmico". Capturar a cidade daria ao grupo o controle total de uma longa faixa na fronteira entre a Turquia e a Síria.

Os combatentes do "Estado Islâmico" são conhecidos pelo uso de táticas brutais, incluindo assassinatos em massa e decapitação de soldados e jornalistas

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