sábado, 18 de outubro de 2014

Membros de clube de motos na Holanda vão para o Iraque combater o Estado Islâmico

 
Apoio. Um dos motoqueiros holandeses abraça curdo - Reprodução 

AMSTERDÃ (Globo) — A decisão de três motoqueiros holandeses de se juntarem às fileiras de rebeldes curdos na luta contra o Estado Islâmico (EI) tem provocado um conflito legal inesperado. O trio pertence ao clube de motos No Surrender (“Sem Rendição”, em inglês), formado em 2013. Similar na estrutura ao famoso Hells Angels, os holandeses serviram em missões militares e agora querem denunciar “a opressão sofrida pelos curdos”. Diante da evidência, através de fotos e vídeos postados na internet, de que lutam com as forças curdas (peshmergas) no Iraque, a Procuradoria-Geral da Holanda está tendo que dar explicações. 

— Unir-se a um Exército estrangeiro não é punível na Holanda. Outra coisa é que não vão ser perseguidos em casa pelos delitos, se os cometeram — explicou o porta-voz da Procuradoria, Wim de Bruin, acrescentando que há uma diferença sensível em relação aos ocidentais que abraçam a jihad. — O Estado Islâmico é uma organização terrorista. 

Apesar da distinção feita pela Procuradoria, a presença dos motoqueiros no Norte iraquiano gera grande confusão. Para começar, os clubes de motos não têm boa fama. Klaas Otto, chefe do No Surrender, havia dirigido antes outro similar, o Satudarah, considerado “fora da lei” pela polícia holandesa. 

Conhecendo o efeito da carga simbólica e judicial do passado, Otto se apressou em dizer que os três sócios “rumaram para o Iraque por conta própria, e não em nome do clube”. Em declarações a uma emissora local de rádio, descreveu-os como “pessoas muito disciplinadas que nem sequer bebem e se revoltaram ao ver as decapitações feitas pelo EI”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário