quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Grupo vai entrar com pedido de impeachment por "pedaladas mentais" de Dilma

Rodrigo Tolotti Umpieres

Integrantes do grupo Nas Ruas citam discursos da presidente como os que ela cita o "estoque de vento" ou a "saudação à mandioca" como argumentos para a saída de Dilma

SÃO PAULO - Pode parecer brincadeira, mas um grupo entrará com novo pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) baseado no que eles chamam de "pedaladas mentais". Segundo os autores do pedido, o impedimento de um líder de estado por este motivo está previsto na lei.




"Causa riso e desgosto. A Lei 1.079/50, que regula o impeachment, tem no capítulo 5º, artigo 9º, inciso 7 o seguinte: proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo", explicou Carla Zambelli, do grupo Nas Ruas, um dos signatários do documento, ao jornal Folha de S. Paulo.

Zambelli cita como "pedaladas mentais" o discurso da presidente nas Nações Unidas sobre a inexistência de tecnologias para "estocar vento" e a fala em que Dilma trata da comunhão do milho com a mandioca para depois saudar a raiz típica brasileira. Há ainda uma citação sobre a referência a "mulheres sapiens" e a declaração dada no Dia da Criança em que a presidente parabeniza os pequenos brasileiros dizendo: "Sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás" (sic).

"É isso o que você espera de uma presidente?", questiona a militante. O documento alega que tais "fatos notórios e de domínio público" são objeto de deboche da população, comprometendo a sociedade brasileira, a economia, a política e as instituições. "Queremos mostrar que motivos não faltam para que se realize o impeachment da presidente", diz Zambelli.

Ela assina como apoiadora – ao lado de Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre, e Rogério Chequer, do Vem Pra Rua – o pedido atualmente em trâmite na Câmara, escrito por Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal. "Preferimos que ela seja afastada pelas pedaladas fiscais e não pelas mentais, algo vergonhoso", completa.

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