Por Alyssa Navarro

Um grupo de médicos argentinos afirmam que o surto microcefalia súbita no Brasil não foi causada pelo vírus Zika, mas por um larvicida injetado em abastecimento de água do país.
O surto microcefalia no Brasil, que coincidiu com a propagação do vírus Zika continua a atordoar o mundo, mesmo depois de meses desde o primeiro relatório do incidente.
As mulheres grávidas em todo o mundo têm sido aconselhados a tomarem cuidado. A infecção pelo vírus da Zika tem sido associada a recém-nascidos com a microcefalia deficiência congênita. Esta é uma condição congênita na qual os bebês nascem com o crânio menor do que o normal.
A ideia, no entanto, foi recentemente desafiada por um grupo de médicos argentinos. O grupo suspeita que o vírus Zika não seja a causa para o aumento dos casos de microcefalia, mas sim um larvicida tóxico introduzido no abastecimento de água do Brasil pode ser o verdadeiro culpado.
Não é uma coincidência?
De acordo com relatório (clique para ler) dos médicos argentinos, um larvicida químico que produz malformações em mosquitos foi injetado o abastecimento de água do Brasil em 2014, a fim de parar o desenvolvimento de larvas de mosquito em tanques de água potável.
O produto químico, que é conhecido como Pyriproxyfen, foi usado em um programa de governo em uma corrida maluca com o objetivo de controlar a população do mosquito no país. O Pyriproxyfen é um larvicida fabricado pela Sumimoto Chemical, uma subsidiária japonesa da Monsanto.
"As malformações detectados em milhares de crianças em mulheres grávidas que vivem em áreas onde o governo federal acrescentou pyriproxyfen a água potável não é uma coincidência", veja o PCST no relatório.
Por exemplo, o Ministério da Saúde lançou pyriproxyfen em reservatórios do estado de Pernambuco. Na área onde a proliferação do mosquito Aedes aegypti é muito alta, o qual transporta o vírus Zika, diz o PCST.
Pernambuco é também o primeiro estado no Brasil a observar o problema. O estado contém 35 por cento do total de casos microcefalia no país.
O grupo de médicos argentinos salienta que durante as epidemias anteriores de Zika, não houve nenhum caso de microcefalia relacionado ao vírus. Na verdade, cerca de 75 por cento da população em países onde Zika eclodiu, havia tinha sido infectado pelo vírus transmitido pelo mosquito.
Em países como a Colômbia, onde há uma abundância de casos Zika, não há registros de microcefalia ligada à Zika, disse o grupo.
Quando o presidente colombiano anunciou que muitos dos cidadãos do país estavam infectados com Zika mas não houve qualquer caso de microcefalia, as logo surgiram os questionamentos. Cerca de 3.177 mulheres grávidas no país foram infectadas com o vírus Zika, mas o relatório PCST diz que essas mulheres tinham fetos saudáveis ou já haviam dado à luz bebês saudáveis.
Permanecem céticos
Em seu site, Sumitomo Chemical diz o Pyriproxyfen apresenta um risco mínimo para as aves, peixes e mamíferos.
No entanto, a evidência é esmagadora. O Washington Post informou em janeiro que, depois de especialistas examinarem 732 casos em cada 4.180 microcefalia relacionados com Zika, mais da metade não foram relacionados ao Zika em tudo. Apenas 270 casos foram confirmados como microcefalia ligada ao Zika.
No topo de todas as suspeitas, no entanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem tido cuidado para não vincular explicitamente Zika à microcefalia.
"Apesar de um nexo de causalidade entre a infecção Zika na gravidez e microcefalia - e devo enfatizar - não foi estabelecida, a evidência circunstancial é sugestiva e extremamente preocupante", disse Margaret Chan, diretora da OMS
Ainda assim, os cientistas estão atualmente em uma corrida para o desenvolvimento de uma vacina para a infecção transmitida por mosquitos.
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