Renato Costa/Folhapress

A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
A oferta de ajuda financeira e política feita pelo ministro Aloizio Mercadante (Educação) a um assessor do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), para tentar convencer o colega petista a não fazer um acordo de delação, deixou a presidente Dilma Rousseff "atônita".
A ofensiva de Mercadante foi relatada por Delcídio, de acordo com documentos liberados nesta terça-feira (15) pelo STF (Supremo Tribunal Federal), pouco depois do ministro Teori Zawaski ter homologado a cooperação do senador com as investigações sobre o esquema de corrupção na Petrobras.
Segundo interlocutores do Planalto, ouvidos pela Folha, a presidente ficou muito preocupada e não sabe qual será a dimensão do impacto dessas revelações sobre o governo federal.
Mercadante ofereceu a ajuda para Eduardo Marzagão, assessor de Delcídio, que resolveu gravar as conversas que teve com o ministro. Foram três encontros, todos em dezembro do ano passado.
As gravações foram entregues por Delcídio à Procuradoria Geral da República e a ofensiva foi relatada pelo parlamentar no quinto termo de depoimento de sua colaboração premiada, homologada nesta terça-feira (15), ao qual aFolha teve acesso.
"Aloizio Mercadante, em tais oportunidades, disse a Eduardo Marzagão [assessor de Delcídio] para o depoente ter calma e avaliar muito bem a conduta a tomar", diz o depoimento do senador.
"A mensagem de Aloizio Mercadante, a bem da verdade, era no sentido do depoente não procurar o Ministério Público Federal para, assim, ser viabilizado o aprofundamento das investigações da Lava Jato", completou.
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