SÃO PAULO - O Ibovespa acelerou ganhos em um ritmo impressionante depois das 16h30 (horário de Brasília) e fechou com alta de 5,12% a 47.193 pontos. O movimento ocorreu mesmo após o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) dizer que "não confirma" o conteúdo da matéria da revista IstoÉ, que afirma que o ex-líder do governo no Senado fez um acordo de delação premiada na Lava Jato acusando a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de tentarem barrar as investigações da Operação Lava Jato. O volume movimentado hoje ficou muito acima da média, atingindo R$ 13,008 bilhões.
A última vez que a Bolsa subiu tanto foi em 4 de março de 2009, quando disparou 5,31%. Já o dólar comercial fechou em queda 2,20% a R$ 3,8022 na venda - sua menor cotação do ano -, enquanto o dólar futuro para janeiro de 2016 recuou 2,37% a R$ 3,832. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 caiu 2 pontos-base a 14,04%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 recuou 19 pontos-base a 15,07%.
Para o sócio-gestor da Queluz, Rodrigo Otávio Marques, a alta de hoje, apesar de ser a quarta consecutiva, é um movimento de curtíssimo prazo. "Basicamente, o mercado está otimista, atingindo resistências acima de 45 mil pontos e fazendo um catch up com o exterior graças ao impeachment ganhar força", afirma. Na sua avaliação, o mercado está subestimando o imbróglio político que é a destituição de uma presidente da República.
Em um caso de impedimento via Congresso, com o vice-presidente da República, Michel Temer assumindo, ele acredita que o impacto não seria tão forte, mas caso haja uma cassação pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a tensão é muito maior. "Serão pelo menos seis meses de vazio institucional e quem assume interinamente antes da convocação de novas eleições é o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que também está ameaçado de cassação", lembra.
Delação de Delcídio
A presidente Dilma Rousseff tentou interferir na Operação Lava Jato, segundo delação do senador Delcídio do Amaral, publicada pela revista IstoÉ desta quinta. O jornalista Ricardo Boechat, da Bandeirantes e também colunista da revista, adiantou a informação. De acordo com a revista, a presidente conversou com auxiliares e nomeou ministros para tribunais superiores – principalmente o STJ (Superior Tribunal de Justiça) – favoráveis às teses das defesas de acusados, em uma tentativa de ajudar empreiteiras e políticos alvos da Operação, segundo o senador.
Em entrevista ao Valor Pro, contudo, Delcídio disse não reconhecer a autenticidade da reportagem, sem no entanto, negar que fez delação premiada.
Ações em destaque
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 9,11, +12,47%; PETR4, R$ 6,57, +16,28%) fecahram em forte alta de com vazamento de delação premiada do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), citando Dilma. Ná máxima do dia, as ações chegaram a subir 20%. Os papéis PNs da estatal chegaram a bater os R$ 6,00 (patamar que não viam desde 12 de janeiro), registrando na máxima do dia uma alta de 6,19%. Nos últimos 4 pregões, as ações da petroleira disparam mais de 20%.
As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
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