quinta-feira, 21 de julho de 2016

Marqueteiros de Dilma confessam que receberam US$ 4,5 mi de caixa 2

Marqueteiros do PT confessam que receberam US$ 4,5 mi de caixa 2 da campanha de Dilma em 2010

João Santana e Mônica Moura, presos na Operação Acarajé da Lava Jato, dizem a Sérgio Moro que contabilidade paralela é corriqueira nos partidos políticos e admitem que mentiram à Polícia Federal, em fevereiro, quando disseram que o dinheiro era relativo a campanha política no exterior

Julia Affonso, Mateus Coutinho e Fausto Macedo



O marqueteiro João Santana e Mônica Moura em Curitiba. FOTO: REUTERS/Rodolfo Buhrer

A empresária Mônica Regina Cunha Moura, mulher e sócia do publicitário João Santana – marqueteiro das campanhas de Lula e Dilma, entre 2006 e 2014 -, disse ao juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, que está disposta a colaborar com a Justiça, mas só o fará com ‘acordo assinado’.

Monica e João foram interrogados nesta tarde na ação penal em que são acusados de recebimento de propinas do esquema montado na Petrobrás, e confessaram que, ao serem presos em fevereiro pela Polícia Federal, mentiram no inquérito. A Moro, o casal esclareceu que US$ 4,5 milhões recebidos por meio do doleiro e operador de propinas Zwi Scornicki era dinheiro da campanha eleitoral de Dilma Roussef, em 2010.

Segundo Mônica, os valores eram relativos a ‘dívidas da campanha presidencial de 2010 (Dilma) e Zwi lhe foi indicado pelo então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto’. Mas negou que soubesse que o dinheiro tinha origem em propinas do esquema Petrobrás. A versão foi confirmada pelo seu marido, que depôs logo após ela ao juiz da Lava Jato.

Questionado pelo Ministério Público Federal sobre o porquê do pagamento ocorrer apenas em 2013 e de forma parcelada, Santana afirmou que os atrasos no pagamento das dívidas das campanhas são recorrentes para quem atua na área de marketing eleitoral. “Não tivemos sorte, nem nenhum outro marqueteiro de receber por antecipação (nas campanhas eleitorais)”, disse.

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