
AP Photo/Felipe Dana

Duas proteínas do vírus da zika são responsáveis pela microcefalia, de acordo com um estudo liderado por cientistas da Universidade do Sul da Califórnia (USC), nos Estados Unidos. O vírus é formado por 10 proteínas, mas apenas duas delas estão envolvidas nas alterações da regulação celular que desencadeia a má-formação, segundo os autores da pesquisa publicada nesta quinta-feira, 11, na revista científica "Cell Stem Cell".
Estudos anteriores já haviam provado que o vírus da zika é responsável pela microcefalia e explicado como o vírus infecta as células-tronco do cérebro, induzindo-as à morte celular e impedindo o desenvolvimento normal do cérebro. Para isso, foram utilizados experimentos em animais e em organoides - popularmente conhecidos como minicérebros - que simulam as estruturas cerebrais humanas em laboratório.
O novo estudo, segundo os autores, é o primeiro a analisar o vírus em nível molecular e a investigar como ele causa a microcefalia a partir de linhagens de células-tronco neurais de fetos humanos.
Os cientistas infectaram essas células-tronco dos cérebros dos fetos, em seu segundo trimestre de desenvolvimento, com três diferentes linhagens do vírus da zika. O passo seguinte consistiu em analisar o impacto da infecção de acordo com a presença de cada uma das 10 proteínas que são codificadas pelo RNA do vírus da zika.
Eles descobriram que duas proteínas, chamadas NS4A e NS4B, têm duas funções específicas: desorientar o mecanismo de sinalização das células do cérebro do feto, tornando-as deficientes e mobilizar as forças dessas células para acelerar a proliferação do vírus.
"Como agora nós conhecemos a rota molecular, demos um grande passo para descobrir quais são as melhores terapias contra a microcefalia induzida pelo vírus da zika. Dentro de alguns anos, essas terapias poderão ter como alvo as proteínas NS4A e NS4B", disse um dos autores do estudo, Jae Jung, da Escola de Medicina da USC.
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