GIRLENO ALENCAR
Os exames laboratoriais confirmaram um caso de febre amarela em um macaco morto na zona rural de Montes Claros, conforme dados divulgados oficialmente ontem (8). Os exames foram realizados pela Fundação Ezequiel Dias, de Belo Horizonte, e Instituto Evandro Chagas, no Pará, depois da coleta de material em 12 municípios do Norte de Minas. Porém, apenas em Montes Claros se constatou o caso. A investigação ocorreu em Brasília de Minas, Coração de Jesus, Francisco Dumont, Glaucilândia, Icaraí de Minas, Indaiabira, Lontra, Mirabela, Montes Claros, São Francisco, São João do Pacuí e Urucuia. Todas as amostras coletadas foram encaminhadas para análise em laboratório, porém somente no dia 4 de agosto saiu os primeiros resultados.
Entre as ações de prevenção tomadas pela SES-MG e municípios da região está a avaliação e intensificação da vacinação (Foto: Divulgação)
Desde o dia 28 de março que a mortandade dos macacos da espécie guariba foi constatada na localidade de Água Limpa, situada na região do Córrego Riachão, na divisa dos municípios de Coração de Jesus e Mirabela. Imediatamente os técnicos foram deslocados para o Norte de Minas, onde iniciaram os trabalhos de coleta. O grave é que de quatro, foi ampliado para 12 o número de municípios. De forma preventiva, foi iniciada a vacinação dos moradores das áreas próximas da ocorrência. A preocupação era saber se a mortandade dos primatas foi provocada pelo vírus causador da febre-amarela, que pode ser transmitida aos seres humanos pelo mosquito flebótomo após picar animais doentes.
A Superintendência Regional de Saúde convocou uma reunião para hoje às 10h, com a participação da Secretaria Municipal de Saúde, Instituto Estadual de Florestas, Instituto Mineiro de Agropecuária e Ibama, para definir as ações a serem realizadas. Na tarde de ontem o Estado divulgou nota, onde informa que “as ações de prevenção e controle contra a Febre Amarela foram desencadeadas neste município mesmo sem confirmação laboratorial. Informamos, ainda, que não foram registrados até o momento casos humanos suspeitos ou confirmados para Febre Amarela. O último caso humano de Febre Amarela Silvestre do estado ocorreu no município de Ubá, em 2009, com evolução para cura”.
Entre as ações de prevenção tomadas pela SES-MG e municípios da região está a avaliação e intensificação da vacinação (Foto: Divulgação)
Entre as ações de prevenção tomadas pela SES-MG e municípios da região está a avaliação e intensificação da vacinação, priorizando populações de áreas rurais e silvestres, principalmente para aqueles indivíduos com maior risco de exposição, como a população de área rural, silvestre, pessoas que fazem turismo ecológico ou rural, agricultores, extrativistas e outros que adentram áreas de mata ou silvestres. Além disso, população e profissionais de saúde estão sendo mantidos informados sobre a doença e a importância da notificação de casos suspeitos em primatas. Todos os casos humanos suspeitos também devem ser notificados e investigados até 24h, incluindo as doenças febris hemorrágicas e óbitos por causa desconhecida.
Os últimos surtos de febre amarela registrados em Minas Gerais ocorreram em 2001 e no final de 2002 e inicio de 2003, em regiões distintas. Conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde, a primeira epidemia, em 2001, ocorreu no Centro-Oeste mineiro, onde foram confirmados 32 casos; e a segunda, de 2002 a 2003, no Vale do Jequitinhonha nos municípios de Serro e Alvorada de Minas, com a confirmação de 64 casos. Ainda conforme a SES, o último caso humano de febre amarela no estado ocorreu em 2009, no município de Ubá, na Zona da Mata.
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