sexta-feira, 5 de maio de 2017

Ex-diretor da Petrobras diz que Lula da Silva sabia e comandava esquema de corrupção

DN



Lula da Silva

REUTERS/UESLEI MARCELINO

Curitiba, Brasil, 06 maio (Lusa) -- O ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, acusou o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em depoimento judicial, de ter conhecimento e comandar o esquema de corrupção na Petrobras, divulgou a imprensa brasileira.

De acordo com o portal de notícias G1, Renato Duque manteve-se em silêncio sobre seu papel na petrolífera brasileira, sendo a primeira vez que falou sobre o esquema de corrupção na estatal, em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, no Paraná.

O depoimento decorreu na sexta-feira, no âmbito da Operação Lava Jato, que investiga um grande esquema de corrupção que envolve nomeadamente a Petrobras.

De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, por ter sido indicado ao cargo pelo Partido dos Trabalhadores (PT, de Lula da Silva), a diretoria dirigida por Duque era responsável por grande parte dos subornos relacionados a contratos da Petrobras destinados ao PT.

Duque também afirmou que se reuniu três vezes com o ex-Presidente Lula da Silva, em 2012, 2013 e 2014, quando já havia saído da direção da empresa estatal.

"Nessas três vezes ficou claro, muito claro para mim, que ele (Lula) tinha o pleno conhecimento de tudo e detinha o comando", afirmou Duque.

O ex-diretor afirmou que Lula da Silva determinou, por meio do ex-ministro Paulo Bernardo, que, a partir de 2007, a arrecadação dos subornos para o PT por meio de contratos da Petrobras fosse negociada com João Vaccari, ex-tesoureiro do PT.

O ex-Presidente, ainda de acordo com Duque, era chamado de 'Chefe', 'Grande Chefe' ou 'Nine' nas conversas.

Renato Duque acusou ainda o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter recomendado que destruísse provas dos subornos recebida por membros do PT fora do Brasil no escândalo de corrupção na Petrobras.

O ex-diretor de Serviços da Petrobras foi ouvido pelo juiz Sérgio Moro numa ação penal da Operação Lava Jato, que investiga se o ex-ministro Antônio Palocci recebeu suborno para atuar a favor da construtora Odebrecht.

A denúncia trata de pagamentos feitos para beneficiar a empresa SeteBrasil, que fechou contratos com a Petrobras para a construção de 21 sondas de perfuração no pré-sal.

Duque já foi condenado em quatro ações da Lava Jato a mais de 50 anos de prisão e é réu em pelo menos outros seis processos decorrentes da operação que estão em andamento na 13ª Vara Federal de Curitiba, no Estado do Paraná.

Os advogados de Lula da Silva afirmam que o depoimento de Duque é uma tentativa de fabricar acusações contra o ex-Presidente.

"Como não conseguiram produzir nenhuma prova das denúncias levianas contra o ex-Presidente, depois de dois anos de investigações, quebra de sigilos e violação de telefonemas, restou aos acusadores de Lula apelar para o fabrico de depoimentos mentirosos", referiram os advogados de Lula da Silva.

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